quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Artigo: Agapórnis !!

Agapornis


Filo: Chordata
Classe: Aves                                                                                                   
Ordem:Psittaciformes                                                                          
Família: Psittacidae
Género: Agapornis

Origem

Este periquito tem origem nas florestas tropicais de África, podendo ser encontrado desde a costa atlântica até à costa do Índico.

Hábitos

Colorido, divertido e brincalhão são os adjetivos que esta ave mais recebe. No entanto, pode não ser sempre assim.
Estas aves devem viver sempre aos pares (casais). Um elemento apenas torna-se triste e reservado numa primeira fase, e numa fase posterior pode vir a morrer de tristeza.

Essa necessidade de viver aos pares leva a que sejam conhecidos por Inseparáveis ou Aves do Amor. Já o contrário não é verdade, isto é, a presença de outros indivíduos não os incomoda.
Se tiver espaço, pode juntar vários casais, e pode fazê-lo com toda a segurança, que eles vão adorar, já que no estado selvagem vivem em grupos constituídos por muitos casais.

Variedade

Existem nove espécies de Agapórnis. No entanto, as mais vulgares são quatro: Fischer, Personata, Nigrigenis e Roseicollis. Esta última é, sem dúvida, a mais popular e a que com mais facilidade encontra no mercado.

Criação de Agapórnis

        A criação e reprodução de agapórnis é muito mais do que juntar dois pássaros, colocar um ninho e esperar que eles criem.
            Antes de mais devemos perguntar a nós próprios se temos condições para criar estes pássaros para que eles tenham as condições ideais para o fazer.
            A criação de qualquer tipo de Ave sem as mínimas condições é além de errado, uma demonstração de falta de ética e um desrespeito com a vida  animal.
            Quem se quer iniciar na criação de agapórnis tem que em pensar em primeiro lugar que estas aves são bastante ativas e os sons que emitem são considerados por muitos como excessivamente altos.
            Como tal criar estes pássaros em apartamentos ou em locais densamente povoados pode no futuro trazer problemas com os vizinhos. Se está nesta condição, o melhor é começar com um ou dois casais e verificar se o barulho por eles feito não o incomoda, nem á sua vizinhança.

 Escolha dos pássaros

            A escolha dos pássaros que vão formar os casais reprodutores é fundamental para o sucesso das suas criações.
            Não vou aconselhar a comprar em lojas da especialidade nem em Criadores pois  tanto pode ter alegrias e dissabores num lado como no outro.    Compre onde sentir confiança para o fazer. Se não tem nenhum  conhecimento nesta área aconselho a que faça uma visita a alguns criadores e fale com alguém que já tenha alguma experiência na criação.
            A internet é um excelente meio para se informar de tudo sobre estas Aves e formar uma opinião própria, porque  nenhum criador por muito bom que seja detém o dom da verdade no que respeita á criação destas aves.
Escolha pássaros que sejam ativos, que apresentem uma boa plumagem e que não estejam sujos junto ao ânus  pois é sinal que está com diarreia.
            Pássaros que estão encolhidos a um canto com as penas entufadas que tenham os olhos remelados ou inchados são sinais que estão doentes e que colocados junto de outros os podem contaminar.
            Prefira pássaros anilhados, pois assim poderá saber a sua proveniência, bem como a sua idade.
            É preferível comprar pássaros novos com apenas alguns meses de idade do que comprar pássaros já adultos, principalmente se for com mais de dois anos de idade. Muitas vezes esses pássaros são colocados á venda porque têm algum problema para criar, sobretudo se for fêmeas.
            Também é verdade que por vezes certos pássaros não criam bem em nossa casa e passam a criar bem quando mudados de ambiente, e isto geralmente acontece quando os mesmos já estavam criando noutro local e não se ambientaram ao nosso.
            Quando assim é, o melhor é mudá-los novamente para afastá-los do local onde não sentem segurança para criar.
            A questão mais controversa que existe na criação dos agacháreis é distinguir os machos das fêmeas (espécies onde não há dimorfismo sexual).      
            Este é o principal obstáculo a quem se está a iniciar.
            Mesmo criadores com largos anos de experiência sentem dificuldades em saber o sexo dos agapornis quando estes são novos.
            Muito se tem escrito sobre esta matéria e ninguém em consciência pode afirmar com 100% de segurança que existe um método infalível para a determinação do sexo dos agapornis, excepção feita á análise de DNA   quer por amostra de sangue ou de penas.
             As excepções são alguns cruzamentos com mutações sex-linked, e mesmo ai têm que confiar na honestidade do criador.
             Este problema agrava-se com o facto de existir  homossexualismo entre agapórnis, mais comum entre as fêmeas do que com os machos.
            Isto só acontece se os pássaros não tiverem oportunidade de escolher um parceiro do sexo oposto.
            É frequentes duas fêmeas comportarem-se como um verdadeiro casal, fazendo o ninho, dando comida na boca e  em que uma delas assume o papel de macho galando a outra.
             Este facto confunde frequentemente os criadores que só se apercebem mais tarde devido ao número exagerado de ovos no ninho e pelo facto de eles não estarem galados.
            Quando se trata de dois machos é mais fácil o criador se aperceber dado que eles não fazem o ninho e devido á ausência de qualquer ovo, apesar de se comportarem como um casal.
            Em adultos consegue-se diferenciar mais facilmente o sexo por apalpação dos ossos da bacia que são mais largos e arredondados nas fêmeas e mais apertados e pontiagudos nos machos.
            As fêmeas também são ligeiramente maiores e têm a cabeça e o abdômen   mais arredondado que os machos.  
             A maneira mais eficaz de formar casais sem recurso a análise de DNA é colocar vários pássaros numa voadeira e esperar que eles acasalem por si.
Este processo não é demorado e tem a vantagem de os pássaros formarem casais por mútua afinidade, evitando a incompatibilidade que muitas vezes acontece com a formação de casais imposta pelo criador que atrasa o inicia da reprodução e que em casos extremos leva a que o casal não crie.
Criação em viveiros ou em gaiolas individuais
            As medidas das gaiolas individuais não devem ser inferiores a 80x40x40cm, para permitir algum exercício de voo aos pássaros.
            O tamanho do viveiro para criação em colônia, tem que ter em conta o número de casais que pretendemos lá colocar. Um viveiro com 2x1x1m, não deve comportar mais de seis casais para evitar guerras entre eles pelo seu território de criação.
            A criação em colônia oferece como vantagens o pouco tempo que é necessários nós dispensarmos  na manutenção da mesma, visto que independentemente do número de casais que lá existam o trabalho é feito como se de uma única gaiola se tratasse.       
            Enquanto o trabalho que nós temos com a criação em gaiolas individuais é proporcional ao número de casais que nos propomos criar.
            O desperdício de comida e papas também é menor dado que estes pássaros são peritos em estragar as sementes.
A criação em gaiolas individuais oferece todas as vantagens, excepto a do trabalho necessário e o desperdício na alimentação.   As principais vantagens são:
  • Possibilidade de uma criação seletiva, onde podemos escolher que macho devemos cruzar com determinada fêmea e evitar cruzamentos, cujos filhotes não são o que desejava-mos.

  • Maior número de criações por ano em virtude de os progenitores não terem que dispensar a sua atenção na defesa dos filhotes dos outros casais da colônia. Este facto atrasa a próxima postura da fêmea.

  • Possibilidades de manter por mais algum tempo os filhotes junto dos pais, o que permite aos mesmos desenvolverem os seus instintos de defesa. Muitas vezes o afastamento precoce dos filhotes e a sua colocação junto de outros pássaros origina a sua morte por lutas entre eles.

  • Maior facilidade na detecção de algum pássaro que esteja doente e diminuição dos riscos de contágio, bem como no seu tratamento.

  • Possibilidade de aumentar os casais de reprodução. A introdução numa colônia de um novo casal não é vista com bons olhos pelos casais lá existentes devido aos seus instintos de defesa territorial que irão atacar os elementos recém chegados, originando muitas vezes lutas que resulta na morte dos mesmos.

 Preparação dos pássaros para a criação

            Após ter comprado os pássaros aconselho a esperar pelo menos um mês para iniciar a criação.
            Durante este tempo deve fazer um tratamento de desparasitação dos pássaros e em seguida deve administrar um complexo vitamínico que compensará o desgaste provocado pelo referido  tratamento.
            Este período de tempo também é útil para se aperceber se algum pássaro que adquiriu está doente.  
            Com este processo evitará dissabores e melhorará a qualidade dos filhotes. Pode aproveitar, caso lhe seja possível, este tempo para soltar os pássaros num viveiro para que eles formem casais.

 Ninhos

            Existem no mercado vários tipos de ninhos com diferentes tamanhos.
            Eu pessoalmente prefiro ninhos grandes porque além de serem mais espaçosos, o que permite que os filhotes não se pisem uns aos outros, tem a vantagem de permitir uma melhor dissipação do calor provocado pela respiração dos mesmos, o que faz com que o ninho quando demasiado pequeno fique extremamente úmido e quente.
            Este facto é deveras importante porque quando os filhotes se encontram nesta situação começam a desidratar. Esta desidratação tem como consequência o mau formação óssea e muscular, ficando os pássaros com aspecto de raquíticos. Inclusive aconselho a que se façam uns furos na lateral (parte superior) dos ninhos para melhor dissipação do calor.

Iniciando a criação

            Após ter escolhido o local, a forma (viveiros ou gaiolas individuais) e escolhido os pássaros e feito o tratamento aos mesmos, passa-se á fase seguinte que é iniciar a criação propriamente dita.
            – Se vai criar em gaiolas individuais, prepare as mesmas com um ninho e material (folhas de palmeira) para a elaboração deste. Em seguida introduza os pássaros.
            – Se vai criar em colônia, distribua os ninhos pelo viveiro, tendo em conta que deve de colocar todos á mesma altura e mais um ou dois ninhos do que os casais que pretende lá introduzir e coloque material (folhas de palmeira) para a sua construção.
            Após todos os casais terem escolhido os ninhos, retire os restantes. Assim minimizará as guerras entre eles pela posse dos mesmos, visto eles terem maior oportunidade de escolha.
            Quando os casais sentirem segurança no seu novo habitat, inicia-se a construção do ninho que varia entre 2 a 4 semanas,  e a postura dos ovos, que é dia sim dia não após o primeiro ovo.
            O tempo de incubação varia de espécie para espécie e tem de ter em atenção o facto de muitas fêmeas só iniciarem o choco ao 2 ou 3 ovo.
            Este facto confunde muitas vezes os criadores menos experientes que pensam que os ovos não estão galados porque os filhotes não nascem após o número de dias de choco estipulado para cada espécie.
            Basta um pequeno cálculo matemático para saber que se a fêmea só iniciar o choco após a postura do terceiro ovo e o prazo estipulado  para a incubação for de 22 dias, haverá um atraso de 4 dias no nascimento de filhotes, tendo em conta a data do primeiro ovo.
            Após o nascimento dos filhotes, a fêmea é quem os alimenta recebendo a comida dada pelo macho através da regurgitação deste no bico dela.
            Após 2 a 3 semanas a tarefa de alimentar os filhotes passa para o macho.      
            Quando a ninhada é grande esta tarefa é dividida pelo casal.
            A colocação de anilhas nos filhotes ocorre quando estes têm entre 10 a 15 dias de vida.
            Verifique 2 ou 3 dias mais tarde se as anilhas não saíram das patas e tenha em atenção o comportamento dos pais, porque raramente acontece os pais não aceitarem as anilhas e tentam por todos os meios retirá-las dos filhotes magoando-os gravemente.
            Caso isto aconteça corte as anilhas e assuma que os filhotes deste casal jamais poderão ser anilhados.
            Quando os filhotes começarem a sair do ninho não os separe dos pais, visto eles precisarem ainda de  aprender a comer sozinhos e desenvolverem os instintos de defesa para com os outros pássaros.  
            Se criar em colônia tenha atenção aos filhotes, pois estes apesar de serem defendidos pelos pais em particular pelo macho, estão sujeitos a serem atacados pelos outros membros da colônia.
            Eu pessoalmente (criação em gaiolas individuais) só separo os filhotes quando a fêmea está no fim do próximo choco ou quando começam a nascer os filhotes.
            Raramente acontece os pais atacarem os filhotes quando estes abandonam o ninho, mas caso isto aconteça a única solução é mesmo a separação dos filhotes dos pais.
 Tamanho
Tamanho médio em adulto: 15 cm.
Peso médio em adulto: 50g.
Fêmea com 2 anos de assa rendada
Macho com 1 ano de assa rendada

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